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Eu Sou Quase Fã De Mim Mesmo

by Jason

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1.
Roda Gigante 00:59
A vida é como uma roda-gigante em que os de cima cospem nos de baixo, só que agora eu vim de guarda-chuva – desta vez ninguém vai me atingir. E o giro pode levar mil anos, ou num minuto posso estar lá em cima. Se o meu catarro explodir na sua cara, você na certa fez por merecer. Brincadeira, eu não faria isso, o seu nível é muito baixo e onde quer que a roda pare, nós nunca vamos nos igualar.
2.
Você já olhou num álbum de família, o preto e branco das fotografias de mil novecentos e antigamente, e sentiu tristeza ou algo diferente? Por ver pessoas que não vão voltar e saber que um dia você estará lá na página de quem já não existe mais, saudosos irmãos, avós e pais... Quero saber: Vão me esquecer quando eu me for ou vão olhar a minha foto e sentir dor? Tudo bem, nessa você está certo, vivo dizendo que não me importo e que não é tão feio quanto se pinta o “morreu tão jovem, antes dos trinta”. Mas a vida passa com velocidade, quero fechar meu ciclo com felicidade e não tá na hora de virar fotografia naquele idiota álbum de família.
3.
3'33 00:40
5 horas pra dormir, 1 hora pra comer, 3 segundos pra sorrir, 13 horas pra fingir. Três e trinta e três. 2 minutos pra chorar, 5 horas pra criar, 1 minuto pra despir, ½ pra ejacular. Três e trinta e três. Quero ver, quero ser, quero ter. 333.
4.
Rosebud 02:17
Quero respostas, eu sei. No meu passado, talvez... Nas calças curtas que eu sempre usei. Por que lembrar que a vida era só brincar? Lutar, vencer... Mas eu nunca pude entender porque achava mais legal se eu ficava do lado do mal. Será que hoje eu aprendi que os heróis sempre terminam bem? Perco tudo que eu já sonhei. Ser o que eu não podia ser. Não quero dizer quando morrer: Rosebud! Será que eu devo esquecer meu playmobil que era o rei? Fui sempre o melhor e não posso mais ser. Ontem pensei quantas vezes eu podia errar; sem ligar pra ninguém, sempre minhas regras, minhas leis. Chorar e desobedecer – hoje eu preciso me render. Tanto faz, por que eu já sei o que NÃO vou ser quando crescer.(eu queria ter um Ferrorama que não andasse em círculos)
5.
Tudo ficou numa página virada, não me lembrem de cada furada. Bola na trave também é do jogo, eu não preciso arder no fogo. Toda vez que eu penso que estou bem, toda vez que eu penso, eles vêm. Quando eu consigo desestressar, quando eu tô tentando me acertar... Eles vêm pra me roubar! Eles vêm pra me roubar! Se deu errado, bola pra frente, quando der mole, tento novamente. Viver cada dia já tá bom demais. “Tá muito apegado a coisas materiais” Até tenho problemas, afinal sou gente, mas eles entregam ódio de presente toda vez que sento pra conversar com os meus amigos na mesa de um bar... Eles vêm pra me roubar! Eles vêm pra me roubar!
6.
Pare de usar o tempo contra mim, sabe que eu não tenho como me defender. Isso é covardia, ele é implacável. Você me faz cada vez mais envelhecer. Pare de usar o tempo contra mim, sei que não mereço, pode até parecer. A cada minuto envelheço uns dez anos, e o pior é que é tudo por prazer. Pare de usar o tempo contra mim, meus sonhos idiotas eu já pus a perder. Se ficar assim eu vou chutar o balde: De uma vez por todas livre de você. Pare de usar o tempo contra mim, sei que muita coisa pode acontecer: Ódio, amor, rancor, felicidade, nada... É só questão de tempo, você deve saber.
7.
Quero ficar calado o quanto eu puder, quero poder falar quando eu quiser. Nem sempre olho pros lados ao atravessar a rua, por isso às vezes dizem “vive no mundo da Lua”. Quem sabe um carro não resolve meus problemas? Quem sabe eu pare de dar telefonemas? Falar com todo mundo e nunca ser achado com qualquer um no ônibus que sente ao meu lado. Eu mereço meu silêncio, mas não o tenho, mal posso esperar pra saber de onde venho. São muitas teorias, nenhuma solução, meus grandes amigos conto nos dedos da mão. Queria que pudessem encher um estádio, suas caras no jornal, suas vozes no rádio. Mas meu silêncio ainda não vale nada, toda boa alma precisa cair na estrada, e quando meu silêncio eu realmente merecer, vou repartir minha alegria, você vai ver.
8.
Por que eu te trato mal mesmo sem saber nem como nem porque? E eu vou te dizer num dia que dê pra acreditar: Não odeio você! Por todos os outros que te querem bem nem posso torcer, mas sei o que sofro por sobreviver perdendo você. Não sei o que fazer pra não te dar adeus. Não tem como saber: Será bom pra você? Seu karma de ter que me amar te afunda de vez! Poder pra magoar eu sei que não é tão bom, eu posso me conter e não usar o meu dom. Talvez eu possa mudar nossa sorte comprando uma arma e rindo da morte!
9.
Sua primeira experiência foi o esgoto dentro de uma cesta (já era escroto). Do Rio de Janeiro a Salvador ele nunca soube o que é o amor. Foi pura sorte daquele preto velho, que livrou o menino do cemitério, morrer antes dos anos noventa e se livrar da praga azarenta. Hoje vive por aí cheirando pó e pensa que é uma pessoa melhor. Só conta piada que não tem graça e seu único amigo é a cachaça. Há! Há! Há! “Eu sou carioca! Eu sou carioca!” Foda-se! E quem se importa? O título da música não tem nada a ver porque ascensão... você nunca vai ter!
10.
Não é simpatia, só vai te ajudar. John Smith, do Arizona, resolveu rasgar. Foi achado morto, deitado na cama com três tiros na cara, ainda de pijama. E o Miguelito, um rapaz argentino, disse que uma carta não muda o destino. Não fez as 20 cópias, achou um desperdício, três dias depois caiu num precipício. Não rasgue, não queime, cuidado com a morte: Envie 20 cópias pra quem merecer a sorte. Kate, uma garota lá da Califórnia, era prostituta, vivia na esbórnia. Copiou à mão, uma a uma, cada carta; recebeu herança e virou magnata. Dois anos depois recebeu mais uma vez a carta da sorte que tão feliz a fez. Já que era rica, queimou e deu risada - hoje é mendiga, pede esmola na calçada. Não rasgue, não queime, cuidado com a morte, envie 20 cópias pra quem merecer a sorte. O jovem Ferrier, lá do sul da França, recebeu a carta quando era criança. Guardou por vinte anos antes de copiar, mas foi tarde demais quando decidiu mandar. Estava no seu carro, indo pro Correio quando um caminhão o acertou em cheio. O motorista Jacques, morto no acidente, tinha queimado a carta, coincidentemente.
11.
O homem na Lua? Eu não sei... Chico Anísio tem dúvidas também. E o mundo, que não acabou? Nostradamus errou? Mostraram na TV a autópsia do ET, mas quem acreditou? Você quer ver pra crer se alguém diz que entrou num disco voador. A fé cega é a bola da vez, não ligue pras merdas que já fez, promessas de cura sem dor, encarnando um doutor. Mostraram na TV a autópsia do ET, mas quem acreditou? Você quer ver pra crer, se alguém diz que entrou num disco voador. Mostraram na TV a autópsia do ET, mas quem acreditou? Quem poderá dizer que alguém pôde prever e o mundo acabou?
12.
Por que será que eu não penso em falar de uma garota que vai se apaixonar e o cara esnoba, não quer se envolver. Na outra estrofe ela sofre pra valer (mesmo que isso não engane você). O amor e a alegria não estão nesta canção, pois bombear o nosso sangue é pra que serve o coração. Eu até que poderia escrever o que é amar, mas que pena, eu não consigo e vou deixar pra lá. Se eu tivesse algum dom especial escreveria que “o cara é legal”, “foi o destino quem os aproximou”, “são dois pombinhos num ninho de amor” (será que rola “transar no elevador”?). Será namoro? – Pergunta a TV. Sendo amizade já sei o que escrever, é uma idéia pro fim dessa canção: Ele é chutado sem nenhuma explicação (esse programa me deixou em depressão). Fui deitar de madrugada, claro que eu não fiz a barba, acho que eu não sirvo pra nada, vou encher a cara num bar!
13.
– Que bom rever você, nem sei o que dizer dos planos que eu fiz. – O céu desmoronou... – Sei que me avisou, e olha o que restou. – Insistiu em viver como quem não vê, e vai tentar me convencer que eu sou melhor do que você?! – Eu não sei como me proteger. – O azar é seu! – Pensei poder viver num mundo que eu forjei. – E ser você, não quis? – Quero ser você. – O pano baixou, sou um mau ator. – Que tal morrer? – Melhor beber. Vê se não tenta ser como eu. Se você pensa em suicídio o problema é seu. Vira um gole, que não é tão ruim, eu continuo vivo, olha pra mim.
14.
Ano Novo 01:01
Mar de cabeças na areia da praia. No mar de rosas, fé depositada. Os grãos invadem os meus sapatos, o branco domina todos os corpos. Todos felizes, famílias brindam. Será um dia inesquecível. Casais unidos, crianças rindo e os ambulantes adoram gringos. As janelas de Copacabana são redomas da realidade. A emoção está nos olhos, e nos retratos, sorrisos falsos. Num instante as rolhas saltam, todos esquecem o ano passado, naquele céu multicolorido nossos problemas vão explodindo.
15.
Toda garota ele queria eternamente, fotos e lembranças não eram suficientes. Guardava calcinhas e isso ainda era pouco, depois fez coleção com pedaço de corpo. Dedão do pé, orelhas e até uma cabeça; vaginas no armário, seios na dispensa. Figurinha repetida não tinha problema, tinha trinta dedos de garotas de Ipanema. Mais um pedacinho! Bunda de morena era figura carimbada, guardava 25 no quarto da empregada. E, por falar nisso, a dela foi especial, iniciou a coleção numa noite de Natal. Um dia descobriu que tanto se amava e guardar seu corpo era o que precisava. Um olho no copo, arrancava dente a dente, em uma semana já não parecia gente. Mais um pedacinho! Pedaço a pedaço até virar o homem-tronco, do braço direito sobrou só um cotoco. Um dia se afogou quando ia defecar: Foi de cabeça na privada e não podia nadar.
16.
Foi bom jogar conversa fora, agora não é mais, reclamar de tudo e todos já não me satisfaz. Tudo bem, sei que mudei. E por que não? Gastei tanta saliva na vida, foi tudo em vão. Que tal parar de tentar sempre ser um grande herói? Vou jogar a toalha, e eu sei que isso dói. Posso ser uma árvore, um átomo, um passarinho; no fim das contas estarei mesmo sozinho jogando a toalha! Calma aí, eu não sou assim tão pessimista, é só uma questão de ponto de vista, faço a minha parte e não pego pena máxima, mudar o que está ao meu redor fica pra próxima. Cada um por si e Deus por todos é um fato, você precisa ser um Dom Quixote nato; o lema dos três mosqueteiros já virou piada, prefiro assistir ao jogo da arquibancada.
17.
Parecia não gostar de viver, odiava gente e odiava ser. Achava idiota estar apaixonada e impossível de acontecer. Não sacou cada pequeno prazer que a vida pode oferecer, não andou de mãos dadas na praia, nunca viu o sol nascer. Era só rancor e deprê, nada era prazer, mas com a falta de amor nunca se importou... Pura sorte! Quando pensou encontrar o amor foi a última vez que se declarou. Seu amante estava nos jornais, foi chamado “o colecionador”. Seu estranho enterro sem emoção, sem ninguém pra carregar o caixão, e no peito do cadáver, um buraco: Não havia coração!
18.
Acordou, alguém vai ser crucificado: Põe a cruz nas costas de um pobre coitado por algo que eu não sei, pelo menos nunca te enganei com um defeito a mais. Todo dia você quer chorar, é uma falta de noção! Cadê a sua paz? Que estampa você vai usar numa utopia a mais? Pegue uma neurose no armário pra usar, modelito outono-inverno no divã pra desfilar. Não agüento, sempre tem algum culpado. Nos cabides tem problemas pendurados. Não pergunto mais de uma vez: Afinal, que mal alguém te fez? Fique nua, já! Ou seu estilista vai virar terapeuta de plantão. Então, só pra fechar: Que neuroses você vai usar numa próxima estação?
19.
Espelho Meu 01:44
– Espelho, espelho meu, existe alguém mais na merda do que eu? Espelho, espelho meu, existe alguém mais fodido do que eu? “Claro que existe, olhe pros lados: O egoísmo é seu maior pecado. Só eu sei o que você sente, eu sempre sei quando você mente” – É só um espelho na porta do armário e pensa que pode me tirar de otário. Eu sei que muita gente é mais fodida, mas é que adoro reclamar da vida... “Você não quebra porra nenhuma porque precisa da minha voz. Eu existo porque você crê, vejo tudo que você não quer ver.” – Quem é você pra dizer quem eu sou? Quem é você pra dizer como eu sou? Se eu fico bolado vou te quebrar, mesmo que dê sete anos de azar.

credits

released January 1, 2000

Produzido por Rafael Ramos.
Jason foi:
Vital (vocal e espírito elevado)
Panço (guitarra e ser superior)
FF (baixo e semideus)
Rafael (bateria e onipresente)

Todas as letras e textos adicionais por FF.
Músicas por Vital (1,2,4,5,8,9,11,12,16),
FF (14,17,19), Panço (3,6,15),
Vital e Panço (7,18), Vital e Juliana Meanda (10,13)
Gravado por Stanley Zvaig no Estúdio Fuzz (RJ).
Mixado por Stanley Zvaig e Rafael Ramos no Estúdio Fuzz (RJ).
Produção Executiva: Alexandre Griva. Masterizado por Alexandre Griva e Rafael Ramos no Melhor Masterização do Mundo Studios (RJ).
Participação especial de Tavinho, guitarra em “Ladrões da Normalidade”.

Projeto Gráfico: Flavio Flock.
Fotos: Marcos Bragatto.
Direção de fotografia: Flavio Flock e Marcos Bragatto.

Assistente: Livia Arbex.
Modelo: Melvin.

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Jason Rio De Janeiro, Brazil

Jason - Rio de Janeiro - 26 anos, 7 álbuns, e centenas de shows pelo mundo. @jasonoficial - Vital _voz, FF _baixo, de Souza _bateria, Rodrigo Piccoli _guitarra

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